A rigidez cognitiva é uma das características mais marcantes do Transtorno do Espectro Autista (TEA), manifestando-se como dificuldade em adaptar pensamentos e comportamentos diante de mudanças ou novas situações. Esse padrão de inflexibilidade mental está diretamente relacionado aos comportamentos restritos e repetitivos que integram os critérios diagnósticos do autismo.grupoconduzir+3
O Que É Rigidez Cognitiva
A rigidez cognitiva refere-se à incapacidade ou dificuldade de mudar rapidamente de um pensamento ou comportamento para outro em resposta a novas demandas ou informações. Diferente da flexibilidade cognitiva—que permite às pessoas adaptar-se facilmente a mudanças, considerar múltiplas perspectivas e gerar soluções alternativas—, a rigidez cognitiva mantém a pessoa “presa” em padrões fixos de pensamento e ação.intellistarsaba+3
Para pessoas autistas, o mundo pode ser percebido como um ambiente repleto de estímulos sensoriais e sociais imprevisíveis. Rotinas e regras claras oferecem uma sensação de segurança e previsibilidade, funcionando como um “mapa confiável em terreno desconhecido”. Quando esse mapa é alterado, a pessoa pode se sentir perdida, o que explica a forte necessidade de manter a consistência.conexasaude+2
Manifestações da Rigidez Cognitiva no Autismo
A rigidez cognitiva manifesta-se de diversas formas no cotidiano de pessoas autistas, incluindo:genialcare+2
Adesão estrita a rotinas e rituais: insistência em seguir sequências específicas de atividades, com horários e procedimentos que devem ser mantidos rigorosamente. Mudanças inesperadas nessas rotinas podem causar desconforto significativo e ansiedade.grupoconduzir+1
Interesses restritos e intensos: foco extremo em poucos temas ou atividades, dedicando quantidade considerável de tempo e energia a esses interesses específicos, frequentemente em detrimento de outras atividades.genialcare+1
Comportamentos repetitivos e perseveração: presença de estereotipias como balançar o corpo, alinhar objetos, repetir palavras ou frases. A perseveração envolve a continuação de uma resposta específica mesmo após a cessação do estímulo que a provocou.autismresources+2
Resistência a mudanças: alterações no ambiente, rotina ou objetos pessoais podem gerar estresse e desconforto intensos. A pessoa pode demonstrar relutância significativa em aceitar e adaptar-se a essas mudanças.socialmentes+1
Dificuldade em generalizar habilidades: mesmo quando uma habilidade é adquirida em contexto específico, pode haver dificuldade em transferi-la para outras situações ou ambientes.genialcare+1
Pensamento literal e concreto: tendência a interpretar informações de forma rígida, com dificuldade para compreender metáforas, ironia ou ambiguidades sociais.nurturepods+1
Como Funciona no Cérebro Autista
A neurobiologia da rigidez cognitiva no autismo envolve múltiplas regiões cerebrais e circuitos neurais:pubmed.ncbi.nlm.nih+2
Córtex Pré-Frontal e Funções Executivas
O córtex pré-frontal, especialmente a região dorsolateral, desempenha papel central nas funções executivas—processos cognitivos superiores que incluem planejamento, flexibilidade mental, controle inibitório e capacidade de alternar entre diferentes tarefas. Estudos mostram que pessoas autistas apresentam alterações estruturais e funcionais nessa região.dialnet.unirioja+4
Pesquisas indicam que crianças autistas podem apresentar até 67% mais neurônios no córtex pré-frontal comparado a crianças neurotípicas, com aumento de 79% especificamente no córtex pré-frontal dorsolateral. Embora possa parecer contraditório, esse excesso de neurônios está associado a conexões atípicas e menor eficiência no processamento.sbmfc+1
A teoria do lobo frontal aplicada ao autismo sugere que características como inflexibilidade, atividades ritualizadas, perseveração e dificuldade em gerar novas estratégias podem ser explicadas por comprometimento no funcionamento dessa área cerebral. O córtex pré-frontal organiza informações emotivas, mneumônicas, de atenção e sensoriais, sendo responsável pelo planejamento e desenvolvimento de estratégias flexíveis.scielo
Redes Frontoparietais e Executivas
Meta-análises de estudos de neuroimagem funcional revelam que, embora tanto pessoas autistas quanto neurotípicas ativem o córtex pré-frontal durante tarefas executivas, existem diferenças significativas no padrão de ativação. Pessoas autistas demonstram maior ativação no giro frontal médio direito e córtex cingulado anterior, mas menor ativação em regiões parietais, incluindo o lóbulo parietal inferior e precuneus.pubmed.ncbi.nlm.nih
Essa sub-ativação das regiões parietais pode decorrer de conectividade deficiente das redes frontoparietais ou de uma rede executiva restrita, limitada primariamente ao córtex pré-frontal. Em outras palavras, o cérebro autista consegue “ligar” as regiões frontais durante tarefas de flexibilidade cognitiva, mas falha em recrutar a rede mais ampla necessária para desempenho eficiente.pmc.ncbi.nlm.nih+1
Estudos com crianças autistas realizando tarefas de set-shifting (alternância entre conjuntos de regras) mostram que, embora consigam completar as tarefas, requerem maior engajamento de regiões frontais, sugerindo menor eficiência mesmo nos níveis mais básicos de alternância cognitiva.pmc.ncbi.nlm.nih+1
Gânglios da Base e Estriado
Os gânglios da base, particularmente o estriado, são fundamentais para regular movimentos automáticos, comportamentos repetitivos e flexibilidade comportamental. O estriado dorsomedial está associado a comportamentos direcionados a objetivos e flexíveis, enquanto o estriado dorsolateral relaciona-se à formação de hábitos e respostas automatizadas.pmc.ncbi.nlm.nih+2
Evidências anatômicas e funcionais indicam maturação atípica do estriado no autismo. Enquanto o volume estriatal pode estar normal em crianças pré-escolares com TEA, aumenta em adolescentes e adultos. Comportamentos repetitivos e restritos foram associados a menor volume estriatal em crianças pré-escolares e adolescentes, mas a maior volume em adultos.academic.oup+1
Estudos mostram que a projeção córtico-estriatal está alterada em modelos experimentais de autismo e em humanos com TEA, com a maioria das pesquisas celulares sugerindo depressão das projeções córtico-estriatais. Essa alteração pode contribuir para dificuldade em iniciar comportamentos flexíveis e tendência a manter padrões repetitivos.pmc.ncbi.nlm.nih+2
Durante tarefas de aprendizagem reversa—que exigem mudança de preferência de resposta aprendida—pessoas autistas demonstram redução na ativação do estriado ventral e regiões do córtex cingulado anterior, áreas críticas para processos de reforço e tomada de decisão cognitiva. Essa resposta atenuada a sinais de não-reforço pode comprometer a capacidade de desvincular-se de respostas preferenciais e iniciar comportamentos adaptativos novos.pmc.ncbi.nlm.nih
Redes de Conectividade Funcional
A Rede de Modo Padrão (Default Mode Network – DMN) tem recebido atenção crescente na pesquisa sobre autismo. Esta rede cerebral está envolvida no processamento autorreferencial, teoria da mente (capacidade de inferir estados mentais de outros) e cognição social.med.stanford+2
Estudos demonstram organização funcional e estrutural alterada da DMN no autismo, com trajetória de desenvolvimento atípica. Aberrações nos principais nós da DMN e suas interações funcionais dinâmicas contribuem para integração atípica de informações sobre o “eu” em relação ao “outro”, bem como comprometimentos na capacidade de atender flexivelmente a estímulos socialmente relevantes.pmc.ncbi.nlm.nih+1
Pesquisas também identificam padrões atípicos de conectividade nas redes de saliência, modo padrão e controle executivo no autismo. A redução na discriminabilidade entre conectividade evocada por tarefas e conectividade em estado de repouso foi associada a comportamentos restritos e repetitivos, sugerindo menor segregação funcional entre diferentes estados cerebrais.academic.oup
Estudos de magnetoencefalografia mostram redução na sincronização de fase na banda teta durante tarefas de set-shifting em crianças autistas, abrangendo múltiplas regiões frontais. Essa redução na conectividade inter-regional durante mudanças cognitivas indica comunicação cerebral menos eficiente durante processos de flexibilidade.frontiersin
Circuitos Límbicos e Regulação Emocional
A conectividade dinâmica entre o córtex orbitofrontal (OFC) e a amígdala também apresenta características atípicas no autismo. O OFC, particularmente dentro da rede límbica, está envolvido no monitoramento e avaliação de experiências emocionais para guiar comportamento direcionado a objetivos, enquanto a amígdala gera e regula emoções, incluindo ansiedade.frontiersin
Crianças autistas apresentam maior variância na conectividade funcional entre OFC e amígdala comparadas a crianças com desenvolvimento típico, sugerindo maior flutuação na comunicação neural dentro desse circuito. Essa instabilidade pode contribuir para dificuldades de regulação emocional frequentemente observadas no autismo, que por sua vez intensificam comportamentos rígidos como estratégia de enfrentamento.motivacaoautismo+1
A Relação Entre Rigidez Cognitiva e Ansiedade
Existe relação complexa e multidimensional entre rigidez cognitiva e ansiedade no autismo. A rigidez frequentemente manifesta-se como insistência em constância e pensamento inflexível, o que intensifica a ansiedade, especialmente em situações imprevisíveis.advancedautism+1
Transtornos de ansiedade são prevalentes em crianças com TEA, impactando adversamente sua regulação emocional e interações sociais. A ansiedade elevada pode intensificar padrões de pensamento rígido, criando um ciclo onde a pessoa se apega ainda mais a rotinas familiares para lidar com a incerteza.intellistarsaba+1
Estudos longitudinais indicam que a rigidez cognitiva pode prever níveis aumentados de ansiedade e depressão à medida que indivíduos autistas transitam para a idade adulta. Essa relação destaca a importância de abordar tanto a rigidez quanto a ansiedade através de intervenções terapêuticas integradas.ambitionsaba+1
Desempenho em Tarefas Neuropsicológicas
Pesquisas neuropsicológicas demonstram déficits consistentes em tarefas que avaliam flexibilidade cognitiva e set-shifting:pubmed.ncbi.nlm.nih+2
Wisconsin Card Sorting Test (WCST): meta-análises mostram que pessoas autistas cometem significativamente mais erros perseverativos no WCST comparadas a controles saudáveis, com tamanho de efeito de d = 0.67. Esse padrão é consistente através das faixas etárias, indicando que as dificuldades de set-shifting são estáveis ao longo do desenvolvimento no autismo.cambridge+1
Erros perseverativos ocorrem quando a pessoa continua selecionando uma resposta que não é mais reforçada, mesmo após receber feedback de que a regra mudou. Esse tipo específico de erro—denominado “perseveração presa no conjunto” (stuck-in-set perseveration)—não é explicado por insensibilidade ao feedback, mas sim por dificuldade em desengajar-se de um padrão de resposta estabelecido.pmc.ncbi.nlm.nih+1
Dimensional Change Card Sort (DCCS): crianças autistas demonstram desempenho menos flexível no DCCS comparadas a crianças com desenvolvimento típico. Evidências preliminares sugerem que crianças autistas desempenham de forma similar a crianças neurotípicas pareadas por idade mental verbal, indicando que as dificuldades de alternância simples podem ser apropriadas ao nível de desenvolvimento verbal.pmc.ncbi.nlm.nih
Tarefas de aprendizagem reversa: em paradigmas de aprendizagem reversa, pessoas autistas apresentam dificuldade específica em mudar de preferência de resposta aprendida para nova escolha com resultado incerto. Essa dificuldade é acompanhada por ativação reduzida em regiões cerebrais que suportam processos de tomada de decisão cognitiva e aprendizagem por reforço.pmc.ncbi.nlm.nih
Diferenciação Entre Tipos de Erros
Pesquisas recentes diferenciam tipos de erros durante tarefas de set-shifting:pmc.ncbi.nlm.nih
Erros perseverativos: ocorrem quando a pessoa falha em mudar para nova resposta após receber feedback de que a escolha de resposta correta mudou. Esses erros estão associados a circuitos estriatais ventrais que suportam a mudança inicial do conjunto de respostas.pmc.ncbi.nlm.nih
Erros regressivos: acontecem quando a pessoa identifica a nova resposta reforçada, mas depois é incapaz de manter esse novo conjunto de respostas e reverte para escolhas previamente reforçadas. Esses erros relacionam-se a circuitos estriatais dorsais que suportam a manutenção de novo conjunto após a mudança.pmc.ncbi.nlm.nih
Essa especificação dos padrões de erro pode avançar a compreensão dos mecanismos neurocognitivos e dos sistemas neurais que contribuem para comportamentos restritos e repetitivos no autismo.pmc.ncbi.nlm.nih
Intervenções e Abordagens Terapêuticas
Diversas abordagens terapêuticas mostram-se eficazes para promover flexibilidade cognitiva em pessoas autistas:centroincentivo+2
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): a TCC é altamente eficaz para abordar distorções cognitivas comuns no autismo, incluindo pensamento dicotômico (“preto no branco”). A terapia ajuda indivíduos a reconhecer e desafiar padrões de pensamento rígido, desenvolvendo estratégias para reformulá-los. Sessões envolvem atividades como dramatização, exercícios de resolução de problemas e diários de pensamento.ambitionsaba
Análise do Comportamento Aplicada (ABA): intervenções baseadas em ABA podem ser úteis para lidar com comportamentos desafiadores relacionados à rigidez cognitiva. A modelagem comportamental tem efetividade quando proporciona dessensibilização gradual a elementos que incomodam, através de técnicas de proximidade com ambientes, sons, pessoas e contextos diversos.amaxanxere+2
Treinamento de Flexibilidade Cognitiva: programas específicos de treinamento mostram resultados positivos. Estudo com crianças autistas (5-7 anos) utilizando tarefas computadorizadas e atividades domiciliares observou mudanças significativas em medidas cognitivas de flexibilidade (WCST modificado, Teste Bender-Gestalt) e escalas comportamentais de flexibilidade.scielo+1
Estratégias Práticas: implementação gradual de mudanças na rotina, como trocar a ordem de atividades com aviso prévio, variar o uso de brinquedos para reduzir padrões repetitivos, e utilizar pistas visuais e quadros de rotina para preparar a pessoa para mudanças futuras.grupogradual+1
Práticas Baseadas em Evidências: educadores e terapeutas devem seguir processo estruturado que inclui identificar comportamento-alvo, coletar dados de linha de base, estabelecer metas no Programa Educacional Individualizado (PEI), e selecionar práticas baseadas em evidências que abordem efetivamente o comportamento-alvo.ambitionsaba
Perspectivas e Considerações Finais
É fundamental reconhecer que a rigidez cognitiva no autismo não é teimosia ou falta de cooperação, mas uma característica neurocognitiva relacionada a diferenças no processamento cerebral. Para muitas pessoas autistas, esse nível de rigidez proporciona sensação de segurança, e qualquer incerteza pode causar estresse significativo.autismo.elloeducar+3
Compreender a rigidez cognitiva como estratégia de regulação—permitindo à pessoa enfrentar um mundo frequentemente percebido como desorganizado e imprevisível—é essencial para oferecer suporte empático e efetivo. Intervenções devem equilibrar a promoção de flexibilidade com o respeito às necessidades individuais de previsibilidade e estrutura.clinicaformare+4
O “paradoxo” entre dificuldades sutis em tarefas laboratoriais de set-shifting e inflexibilidade ubíqua na sintomatologia cotidiana do autismo pode residir no fato de que tarefas laboratoriais não são análogos da natureza mutável do mundo real. Em laboratório, mudanças aderem a regras descobríveis através de treinamento; no mundo real, decisões devem ser tomadas constantemente em resposta a estimulação sensorial imprevisível em ambiente visualmente ruidoso.pmc.ncbi.nlm.nih
Investir em tratamento precoce e estratégias adaptativas contribui para mitigar impactos negativos da rigidez cognitiva, promovendo melhor qualidade de vida. Desenvolver flexibilidade cognitiva resulta em maior resiliência diante de eventos negativos, capacitando a pessoa a lidar melhor com mudanças e adversidades, sendo mais tolerante a erros e aberta a novas ideias.
REFERÊNCIAS
- https://grupoconduzir.com.br/rigidez-cognitiva-em-individuos-autistas/
- https://attitudeinclusao.com.br/2024/01/15/rigidez-cognitiva/
- https://genialcare.com.br/blog/rigidez-cognitiva-no-autismo/
- https://www.conexasaude.com.br/blog/rigidez-cognitiva/
- https://www.intellistarsaba.com/blog/how-to-reduce-rigid-thinking-patterns-in-children-with-autism
- https://socialmentes.net/rigidez-cognitiva/
- https://nurturepods.com/cognitive-rigidity-in-autism/
- https://ciclosclinica.com.br/flexibilidade-cognitiva-e-espectro-autista/
- https://autismo.elloeducar.com.br/rigidez-cognitiva-no-autismo-o-que-e-como-se-manifesta-e-estrategias-para-paralidar-com-ela/
- https://genialcare.com.br/web-stories/o-que-e-rigidez-cognitiva/
- https://www.autismresources.co.za/blogs/making-life-easier/understanding-perseveration-in-autism
- https://www.autismparentingmagazine.com/perseveration-in-autism/
- https://www.motivacaoautismo.com.br/single-post/2020/07/23/flexibilidade-cognitiva-estrat%C3%A9gias-para-auxiliar-no-dia-a-dia-no-tea
- https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33016005/
- https://www.scielo.br/j/prc/a/NNgZJzt3scm9TN8bGFSkKLt/?lang=pt
- https://www.nature.com/articles/mp201775
- https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/9690578.pdf
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- https://www.advancedautism.com/post/addressing-rigid-thinking-in-autism
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- https://www.cambridge.org/core/services/aop-cambridge-core/content/view/1053B802E7144120CFB551C109B96455/S0033291716000581a.pdf/the-set-shifting-profiles-of-anorexia-nervosa-and-autism-spectrum-disorder-using-the-wisconsin-card-sorting-test-a-systematic-review-and-meta-analysis.pdf